TENDÊNCIAS E DESAFIOS NA FORMAÇÃO DE MÉDICOS ULTRASSONOGRAFISTAS NO BRASIL

UMA ANÁLISE ABRANGENTE

Autores

  • Fernando Mauad
  • Augusto Benedeti
  • Yuji Matsui
  • Rui Ferreira
  • Heverton Pettersen
  • Francisco Mauad Filho

Palavras-chave:

ULTRASSONOGRAFIA, CAPACITAÇÃO, ESPECIALIZAÇÃO, EXTENSÃO, ATUAÇÃO

Resumo

A formação de médicos ultrassonografistas é uma área especializada da medicina que envolve o uso de ultrassom para diagnóstico e acompanhamento de doenças em várias partes do corpo. A preparação nessa área requer treinamento especializado após a graduação em medicina, geralmente com especialização em radiologia, ginecologia, obstetrícia ou áreas relacionadas. Isso permite aos médicos adquirir o conhecimento necessário para realizar e interpretar exames de ultrassom em suas áreas específicas. A ultrassonografia no Brasil teve início na década de 70 e evoluiu significativamente, indo além da identificação da anatomia para incluir o estudo da fisiologia cardiovascular por meio da dopplervelocimetria. OBJETIVO: Este estudo teve como objetivo entender a atuação dos médicos ultrassonografistas no Brasil e propor um modelo de formação para ultrassonografistas gerais e especializados em áreas médicas. MÉTODOS: Em 2017, a EURP/FATESA conduziu uma pesquisa para estimar o número de ultrassonografistas no mercado brasileiro, que na época era de aproximadamente 79 mil. Foram validadas respostas de 864 médicos ultrassonografistas por meio de um questionário que abordou tópicos como região de trabalho, razões para escolher a ultrassonografia, tempo de experiência, posse de títulos de especialização e percepção sobre a necessidade de formação adicional em ultrassonografia. RESULTADOS: Os resultados da pesquisa mostraram que a região Sudeste tinha a maioria dos médicos ultrassonografistas, seguida pelas regiões Sul, Nordeste, Centro-Oeste e Norte. A escolha da profissão estava relacionada tanto à aptidão e preferência quanto às oportunidades de trabalho e estilo de vida. No entanto, a maioria dos médicos não possuía títulos de especialização em ultrassonografia. A maioria dos respondentes tinha menos de seis anos de experiência em ultrassonografia, destacando a natureza relativamente nova dessa área na medicina. Além disso, mais da metade dos médicos acreditava que era necessária uma especialização adicional para atuar em subáreas de ultrassonografia, e a maioria considerava que a formação deveria levar pelo menos dois anos. DISCUSSÃO: Os resultados revelaram que regiões com maior densidade médica e recursos econômicos e tecnológicos tinham mais ultrassonografistas. A falta de títulos de especialização e formação adequada foi um achado preocupante, considerando a importância da ultrassonografia na prática médica. A pesquisa destacou a necessidade de padronização na formação de médicos em ultrassonografia. CONCLUSÃO: Os autores acreditam que a formação de um ultrassonografista geral deve envolver dois anos de treinamento, com um programa estabelecido, permitindo que o médico atue em ambientes ambulatoriais e hospitalares e faça uma prova de avaliação. Além disso, médicos ultrassonografistas com mais de quatro anos de experiência poderiam ser autorizados a fazer a prova de capacitação em ultrassonografia geral, desde que fossem apresentados por membros capacitados. Para a atuação em áreas de especialização, o profissional deveria obter um título de reconhecimento na especialidade, realizar uma pós-graduação na área e ser apresentado por um médico capacitado em ultrassonografia. Esse estudo destaca a importância da formação adequada dos médicos ultrassonografistas para garantir a qualidade dos cuidados de saúde.

Publicado

01-09-2023

Como Citar

1.
Mauad F, Benedeti A, Matsui Y, Ferreira R, Pettersen H, Mauad Filho F. TENDÊNCIAS E DESAFIOS NA FORMAÇÃO DE MÉDICOS ULTRASSONOGRAFISTAS NO BRASIL: UMA ANÁLISE ABRANGENTE. RBUS [Internet]. 1º de setembro de 2023 [citado 18º de janeiro de 2025];31(35). Disponível em: https://revistarbus.sbus.org.br/rbus/article/view/299