Câncer de tireóide não diagnosticado em laudos ultrassonográficos não conclusivos é seguido por 11 anos
Palavras-chave:
tireóide, câncer, ultrassomResumo
Paciente nos procurou para realizar ultrassom de tireóide após 11 anos de acompanhamento de nódulos tireoidianos em outros serviços. Em todos os exames previamente realizados foram descritos os nódulos, porém não foram classificados pelos critérios ultrassonográficos clássicos como de padrão benigno, duvidoso ou maligno, embora a descrição do nódulo do pólo superior esquerdo fosse típica de malignidade pelos critérios internacionalmente aceitos, os quais servem para selecionar a lesão a ser biopsiada. A paciente foi submetida a três punções aspirativas com agulha fina em 2001, 2007 e 2009, mas como os nódulos não haviam sido pré-selecionados ultrassonograficamente, a lesão mais suspeita não foi amostrada e apenas foi coletado material dos nódulos cuja descrição sugeria benignidade e que eram maiores do que aquele diagnosticado posteriormente como câncer. O exame realizado em 2011 no nosso serviço caracterizou corretamente os nódulos e diagnosticou carcinoma papilífero no pólo superior esquerdo, que na cirurgia já estava invadindo a traquéia, pois a ausência de conclusão dos exames prévios retardou o diagnóstico por 11 anos e permitiu que o câncer avançasse localmente. Os autores concluem que os ultrassonografistas devem classificar as lesões nodulares da tireóide pelos critérios clássicos já aceitos, especialmente antes da biópsia, para evitar que erros como os descritos possam ocorrer e haver graves consequências para o paciente.