TÉCNICA DE BLOQUEIO DO NERVO PUDENDO NO CANAL DE ALCOCK GUIADO POR ULTRASSOM

Resumo

OBJETIVO: Descrever técnica de bloqueio do nervo pudendo no canal de Alcock desenvolvida em cadáveres e mostrar resultados da sua aplicação em casos clínicos de pacientes sintomáticos, para diagnóstico e tratamento. MATERIAIS E MÉTODOS: Foram realizadas punções e infiltrações com corante (azul de metileno) guiadas por ultrassom em três cadáveres (bilateral) e dissecção minuciosa da região glútea profunda para identificação do nervo pudendo. Utilizando a mesma técnica, foram realizados bloqueios anestésicos em sete pacientes com dores intensas perineais, unilaterais e avaliados pela escala visual analógica (EVA) antes e após os procedimentos. Em todos os casos foram utilizados transdutores de alta resolução multifrequenciais e agulhas espinhais raquidianas BD 23. Os parâmetros ultrassonográficos foram, em ordem sistemática, a identificação da tuberosidade isquiática, o ligamento sacrotuberal, espaço anatômico abaixo do ligamento sacrotuberal e que foi subdividido em três outros espaços (terço proximal, médio e distal) e identificação ecogênica direta do nervo pudendo. RESULTADOS: No estudo anatômico, observamos a presença do corante no nervo pudendo e adjacência proximal em todos os cadáveres dissecados. Nos casos clínicos, melhora álgica em todos os pacientes após procedimentos, obtendo o bloqueio efetivo do nervo. Complicações: Ausência de sinais clínicos de bloqueio anestésico do plexo sacral, de lesões vasculares com a punção e casos de infecção superficial e ou profunda. CONCLUSÃO: A técnica de bloqueio do nervo pudendo guiado por ultrassom no canal de Alcock, delimitando espaço anatômico abaixo do ligamento sacrotuberal, se mostrou efetiva e segura nos estudos anatômicos em cadáveres e nos procedimentos clínicos realizados.